domingo, 31 de agosto de 2014

PM do RJ expulsa policiais UPP


PM do RJ expulsa policiais suspeitos de violência sexual em área de UPP

Quatro policiais militares (PMs) - Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite, Wellington de Cássio Costa Fonseca e Anderson Farias da Silva - da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, foram presos por suspeita de estuprar três mulheres na madrugada de terça-feira. O delegado Niandro Lima informou que as investigações prosseguem para identificar outros dois policiais militares envolvidos no crime de violência sexual.

De acordo com a Polícia Civil, os quatro foram presos em flagrante na noite de terça-feira por agentes da 25ª Delegacia de Polícia (Engenho Novo), após as vítimas terem procurado a delegacia. Elas prestaram depoimento e fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. 

A casa, indicada pelas mulheres, onde teria ocorrido o crime passou por perícia e foi recolhido material genético para exame de DNA. Durante todo dia de ontem, cerca de 60 policiais militares que estavam de plantão na UPP do Jacarezinho na madrugada foram apresentados na 25ª DP pela Delegacia de Policia Judiciária Militar (DPJM). Divididos em grupos, eles foram submetidos ao reconhecimento pelas três mulheres e também por testemunhas.

Segundo a polícia, os quatro soldados presos em flagrante foram reconhecidos pelas vítimas e testemunhas. Eles vão responder pelo artigo 232 do Codigo Penal Militar (constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça), além de abuso de autoridade. O PM Anderson Farias da Silva também foi indiciado pelo crime de roubo do celular de uma das mulheres.

Fonte: TERRA - RJ







Varejistas se negam a fazer entregas no morro do Alemão

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Medo da violência leva varejistas a restringir entregas no Alemão, Rio
Apesar de UPP, conjunto de favelas é tida como área de risco para lojas.
Área registrou média de 2 tiroteios por semana entre julho e agosto.


“Pacificação, pra mim, vem de paz. Mas uma área onde a gente não consegue receber algo que comprou porque a loja alega ser área de risco não é um lugar de paz”. O desabafo é de uma moradora do Conjunto de Favelas do Alemão, Zona Norte do Rio, que comprou um fogão em uma loja da rede varejista, mas não o recebeu em casa, tendo de voltar ao estabelecimento para retirá-lo.


Duas das maiores redes varejistas confirmaram ao G1 que as entregas em determinados locais da região estão restritas em função da criminalidade e destacaram que a lista de endereços considerados perigosos é flutuante, ou seja, varia conforme o registro de atos violentos.

“A pacificação, do jeito que foi feita, não trouxe nenhuma melhoria. Pelo menos eu não a vi”, reclamou a mulher que não recebeu o fogão em casa. Um levantamento feito pelo G1 nesta sexta-feira (29) indica uma média de 2,5 tiroteios por semana entre julho e agosto. Foram 16 trocas de tiros entre policiais e criminosos em 44 dias. O primeiro registrado nas reportagens do G1 em julho ocorreu no dia 16, três dias após o término da Copa do Mundo, quando as Forças Armadas e a Força Nacional já não estavam mais reforçando a segurança na cOs tiroteios neste período deixaram quatro pessoas mortas, outras duas baleadas e quatro PMs feridos. Seis suspeitos foram presos. Um carro da PM foi incendiado e uma das bases da UPP local foi atacada. Mais de 6 mil estudantes ficaram sem aulas em pelo menos dois dias, assim como o comércio local ficou fechado. Por cinco dias o teleférico instalado na comunidade deixou de funcionar "por questões de segurança pública”, conforme informou à época a Supervia, concessionária que administra o transporte. Uma megaoperação policial montada para cumprir 40 mandados de prisão terminou frustrada, com a captura de apenas um dos criminosos procurados. Um oficial da PM considerou a possibilidade de informações sobre a operação terem sido vazadas antes de ser deflagrada a ação

“Antes da pacificação tinha tiroteio quando acontecia alguma operação policial. Hoje tem todo o dia. Quando a gente não dorme com tiro, a gente acorda com tiro”, relatou a mesma moradora, que diz ter sido constrangedora a alegação da loja de que o endereço em que ela vive é considerado área de risco.

As duas redes varejistas ouvidas pelo G1afirmaram que restringem a entrega em determinados locais para garantir a segurança de motoristas e carregadores. Segundo as duas empresas, na capital, apenas o Conjunto de Favelas do Alemão tem endereços restritos atualmente. Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, também há locais em que as duas redes não fazem entregas.

“Eu não consigo entender essa pacificação. Ela veio com a promessa de trazer paz, cidadania, desenvolvimento social, mas só veio polícia. Para mim nada mudou, continua a mesma coisa. Eu me sinto completamente insegura vivendo no Alemão”, ressaltou a moradora.

O G1 procurou a assessoria de imprensa das Unidades de Polícia Pacificadora, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Fonte: G1 - RJ
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